sábado, 28 de novembro de 2009

Epígrafe

“Tanto quanto a própria educação, o letramento é um processo contínuo de crescimento, envolvendo TODOS em um projeto educacional”.

(Gestar II)

A arte: formas e função (TP 2 – Unidade 7)


A arte está no nosso cotidiano. Com base nisso, proponho sempre aos meus alunos atividades de leitura, pois por intermédio da fantasia e do jogo, a arte é um convite à (re) interpretação do mundo. Por meio dela podemos reconhecer vozes que têm semelhança com a nossa, descobrir significados e desenvolver qualidades fundamentais para a construção de um cidadão.

Com o 7º ano da Escola Municipal Funchal não seria diferente. Levei alguns títulos para a sala de aula e deixei-os livres para a escolha do livro a ser lido, pois queria que encarassem isso como uma atividade prazerosa. Dentre as opções havia contos, peças de teatro, romances etc.

Disponibilizei um bom tempo para a leitura em casa, inclusive durante as férias de julho. Mas não era uma mera leitura, tinha um objetivo maior, na realidade encarei isso como um desafio. O que eu queria mesmo era propor uma resenha crítica, na qual eles avaliassem a obra que leram. Então, fiz uma adaptação do modelo de resenha acadêmica em forma de questões a serem respondidas sobre a obra lida.

Eis algumas questões:

1) Identificação da obra (autor, ano de publicação, etc.)

2) Apresentação (descrevendo em poucas linhas o assunto da obra)

3) Estrutura (quantidade de capítulos, presença do narrador, número de páginas do texto completo)

4) Conteúdo (resumo da obra)

5) Crítica (opinião própria)

6) Contribuição lexical (palavras que aprenderam com a leitura)

7) Recomendação da obra (propus uma espécie de “propaganda” dizendo de fato a qual público a obra se dirige, baseando-se na idade, perfil social etc.)

O trabalho que se destacou foi o da aluna Maiane, visto que foi a única que seguiu a risca os passos para a elaboração da resenha e ainda a fez como um texto, enquanto a maioria se limitou a reproduzir as questões e respondê-las, como num questionário.



“A Conspiração” é um livro da autora Majori Claro, que foi publicado no ano de 2004, e que tem como assunto a história de uma menina chamada Nina, que foi criada pelo pai, pois perdeu sua mãe após o seu nascimento. Ela tinha uma cachorrinha de rara inteligência e que possuía poderes telepáticos, com a missão de ser sua fada guardiã e protegê-la de todos os perigos. Em seguida, o pai perde o emprego e os três se mudam para a casa das tias, no interior. Para piorar a situação, seu primo Pedro desconfia que a própria mãe e as tias são bruxas e estão envolvidas numa estranha conspiração contra Nina e seu pai.

O livro é dividido em 15 capítulos, possui narrador e tem ao todo 88 páginas. Achei “A Conspiração” um livro muito interessante, nunca tinha lido algo assim. “A Conspiração” despertou minha curiosidade de um jeito inexplicável. A gente começa a ler e não quer mais parar. Através desse livro conheci novas palavras, como “abrupto” e “aturdido”.

“A Conspiração” é um livro voltado para o público infanto-juvenil. Experimente, leia-o e veja o poder que as palavras têm.


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A intertextualidade, diálogo entre textos (TP 1 - Unidade 4)










Com o objetivo de identificar traços da intertextualidade em nossas interações cotidianas, propus aos alunos da 6ª série (7º ano) a atividade da página 136 do TP em questão.

Pedi que observassem a fala dos “mais velhos” da família, ou até da comunidade. Pautados nessa orientação, eles deveriam anotar os ditados ou frases que procuram dar algum tipo de ensinamento. Se não soubessem o significado de alguma palavra deveriam pedir explicações a quem a pronunciou.

Com isso, eles trouxeram o registro dessas falas e analisaram juntamente à turma. Discutimos o significado de alguns, já velhos conhecidos, que tipo de ensinamento propõem, quais nos pareciam atuais ou não e o porquê.

Também foi possível reunir os ditados ou frases que tinham a mesma intenção comunicativa. Confesso que alguns deles eu nunca tinha ouvido falar. Eles acharam a atividade prazerosa e bem fácil, visto que não demandava muito trabalho. Apesar disso, nem todos conseguiram atribuir um significado para seus registros.

Podemos concluir que esses ditados (diálogos) manifestam alguma mensagem de forma “indireta”, ou seja, utilizando um outro texto como suporte. Isso acontece porque a cultura está sempre relacionada às experiências humanas.

Eis alguns registros:

· Mais vale um pássaro na mão do que dois voando

· Apressado come cru

· Quem cospe pra cima cai na cara

· Quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra

· Cão que ladra não morde

· A cobra vai fumar / Tu vai dar com os burros n’água / O bicho vai pegar

· Onde há fumaça, há fogo

· Casa de ferreiro, espeto de pau / Santo de casa não faz milagre

· Briga de marido e mulher, ninguém mete a colher

· Galinha de casa não se corre atrás

· Cavalo dado não se olha os dentes / Coisa dada não se olha a idade

· Não cutuque a onça com vara curta

· Quem tem rabo de palha não senta na beira do fogo

· Pobre quando bota a mão no bolso só tira 5 dedos

· Laranja madura na beira da estrada ou tá azeda ou tá bichada

· Rapadura é doce, mas não é mole não

· O que os olhos não veem o coração não sente

· Eu não vou a sua casa pra você não vir na minha, pois você tem boca grande pra comer minha farinha

· Pau que nasce torto não tem jeito, morre torto

· Quem espera sempre alcança

· Sua batata está assando

· Dois bicudos não se beijam

· De grão em grão a galinha enche o papo